Mundo à beira de aquecimento catastrófico, diz ONU
Mundo à beira de aquecimento catastrófico, diz ONU. É provável que o mundo ultrapasse um limite perigoso de temperatura nos próximos dez anos, empurrando o planeta para além do ponto de aquecimento catastrófico. A menos que as nações transformem drasticamente suas economias e se afastem imediatamente dos combustíveis fósseis. É o que diz um dos relatórios mais definitivos já publicados sobre as mudanças climáticas, segundo a Organização das Nações Unidas.
O relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descobriu que o mundo provavelmente superará sua meta climática mais ambiciosa – limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius (2,7 graus Fahrenheit) acima das temperaturas pré-industriais – até o início da década de 2030.
Além desse limite, descobriram os cientistas, os desastres climáticos se tornarão tão extremos que as pessoas não conseguirão se adaptar. Os componentes básicos do sistema da Terra serão fundamental e irrevogavelmente alterados. Ondas de calor, fome e doenças infecciosas podem ceifar milhões de vidas adicionais até o final do século.
As atividades humanas já transformaram o planeta em um ritmo e escala sem precedentes na história registrada, disse o IPCC. Isso vem causando danos irreversíveis a comunidades e ecossistemas. No entanto, as emissões globais continuam a aumentar e os atuais esforços de redução de carbono são extremamente insuficientes para evitar a catástrofe climática.
Momento crítico da história
A avaliação desta segunda-feira sintetiza anos de estudos sobre as causas e consequências do aumento das temperaturas , levando o secretário-geral da ONU, António Guterres, a exigir que países desenvolvidos, como os Estados Unidos, eliminem as emissões de carbono até 2040 — uma década antes do resto do mundo.
Com poucas nações a caminho de cumprir seus compromissos climáticos e com o mundo em desenvolvimento já sofrendo desproporcionalmente com os desastres climáticos, disse ele, os países ricos têm a responsabilidade de agir mais rapidamente do que seus equivalentes de baixa renda.
O relatório do IPCC mostra que a humanidade atingiu um “momento crítico na história”, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee. O mundo tem todo o conhecimento, ferramentas e recursos financeiros necessários para atingir suas metas climáticas, mas depois de décadas desconsiderando os alertas científicos e atrasando os esforços climáticos, a janela para ação está se fechando rapidamente.
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