“Pedágio Não” e prefeitos prometem ir à Justiça contra Artesp
Representantes do Movimento Pedágio Não e prefeitos do Alto Tietê se uniram na tarde desta sexta-feira, 18. Todos manifestaram repúdio contra a proposta de instalação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. Vários utilizaram o microfone e se posicionaram oficialmente durante a audiência pública realizada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O ato aconteceu no auditório do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), na capital.
Entre os prefeitos, estiveram presentes o de Mogi das Cruzes, Caio Cunha, de Arujá, Luís Camargo, e Eduardo Boigues, de Itaquaquecetuba. Os prefeitos de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, e Poá, Márcia Bin, participaram virtualmente. O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado, também discursou na audiência.
Desde antes do início do encontro, dezenas de manifestantes do Movimento Pedágio Não, que reúne representantes de vários segmentos da sociedade civil, como moradores e empresários, agitavam faixas e cartazes e palavras de ordem contra a instalação dos postos de cobrança.
O advogado Gustavo Ferreira, de Suzano, disse que a intenção da Artesp de instalar o pedágio na região não leva em conta os interesses da população da região: “Eles estão olhando apenas para os interesses dos empresários que querem ganhar dinheiro. O pedágio vai prejudicar os moradores do Conjunto Aruã, Jardim Margarida, Piatã, de Itaquaquecetuba, Arujá, todos passando a sofrer com a obrigação de fazer dois pagamentos de pedágio. É um absurdo”. Ele completou dizendo que a sociedade vai na Justiça para evitar que a proposta da Artesp prevaleça.
Caio Cunha
O prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha, seguiu pelo mesmo caminho em sua manifestação: “Já antecipo que o Condemat e a Prefeitura de Mogi das Cruzes vão entrar na Justiça pra rever essa questão. A audiência pública não pode ser só um rito legal. Tem que sim ser um processo de participação democrática e de construção de uma solução pro projeto”.
Cunha salientou ainda possíveis alterações do projeto durante o período de concessão previsto que podem impactar negativamente para o município e a região: “O edital aponta que, a qualquer momento, a concessionária pode mudar o ponto de cobrança, desde que se respeite o trecho. Uma hora o ponto estará no quilômetro 41, outro na porta de Mogi, ou seja, a concessionária, de acordo com o que quiser, ela faz”
Ele reclamou da possibilidade de alteração do valor sem qualquer critério: “A gente está falando aqui de diversas cidades que vão ser impactadas por isso. Boa parte dos mogianos trabalham em São Paulo. Mogi das Cruzes abastece com 29% a Ceagesp. Embora, graças a Deus, a gente vai ter o centro de abastecimento em Itaquá, mesmo assim vai ter que pagar pedágio. Toda a nossa região, tendo em vista que não há contrapartida nenhuma dos 17% que serão arrecadados só em Mogi das Cruzes, dos 25% que serão arrecadados por nossa região, 0,5% vai ser de contrapartida de investimento pra nossa cidade”.











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